terça-feira, 9 de setembro de 2014

A importância do autoconhecimento e a psicoterapia


Queremos que o outro nos entenda, enquanto nem nós nos entendemos direito. 
Queremos entender o outro, enquanto nem ele está conseguindo se entender bem.

Então, nos relacionamos muitas vezes, sem nos compreendermos, em uma confusão de sentimentos e pensamentos, com interpretações erradas das atitudes dos outros, pois julgamos sem saber o que se passa realmente com as pessoas.

Na Psicologia, é recomendado por muitos da área, que os próprios psicólogos façam terapia. Afinal, não é porque somos psicólogos, que não temos nossas dificuldades, às vezes é preciso um olhar profissional de fora, para conseguirmos enxergar melhor a situação em que estamos envolvidos, e muitas vezes nos sabotamos.

A construção contínua do autoconhecimento (não tem fim) é importante, para desenvolvemos o melhor de nós, realizarmos nossos potenciais, conhecermos nossas sombras, termos humildade mas com boa autoestima, e assim evitarmos a projeção. Projetar é atribuir características no outro, que estão em mim, e estou me recusando a ver, portanto é mais fácil apontar para o outro. A projeção (ou seja, aquilo que vemos no outro) geralmente nos  traz incômodo, pois se isso não tivesse dentro de nós, não nos afetaria tanto.

Quanto mais me conheço, mais me entendo, menos vou criticar o outro, portanto menos projeções, assim, mais consigo entender o outro.  Ou seja, é muito valioso para cada um de nós esse processo de autoconhecimento.  Para o profissional da Psicologia então, considero de grande importância, pois o paciente precisa se sentir acolhido, compreendido, e não ser julgado. Às vezes o psicólogo tem um currículo cheio de cursos, conhece muitas teorias, já participou de muitos congressos, mas não necessariamente isso condiz com sua qualidade profissional. Se ele estudou sobre o que se refere ao ser humano, mas não "estudou" a si mesmo, pode afetar negativamente nos seus atendimentos. Não existe só a opção de  psicoterapia, existem outras formas de "se trabalhar". O importante é lembrar que para  cuidar do outro, é preciso antes, e simultaneamente, cuidar de si, antes de olhar para o outro, é preciso antes, e simultaneamente, olhar para si.

Faço psicoterapia desde os 14 anos (com alguns períodos sem fazer), e acredito que tenha influenciado na minha escolha na graduação, pois percebi o quanto me ajudou, e continua ajudando.
Portanto, sou suspeita de recomendar a todos, mas não vou recomendar algo que não experienciei.
E de fato, acredito que possa acelerar muito o processo de autoconhecimento e desenvolvimento das capacidades. Caso alguém não teve uma boa experiência, pode ser porque não teve uma afinidade ou identificação com o profissional (ou com a abordagem), mas vale a pena tentar com outro(s). Além da possibilidade da resistência, o paciente "foge" -de si mesmo-, afinal, não quer lidar com suas sombras e dificuldades. Realmente é difícil mexer nas nossas "feridas" que estavam escondidas, é preciso certa coragem em "se encarar", em olhar para o espelho sem as máscaras.
Vale a pena passar por essas fases, pois só atuar no sintoma para encontrar a cura, apenas colocar um "band-aid", e fingir que está tudo bem, não vai resolver, seria um autoengano, certo?

Pra enxergar sua Luz, é preciso de vez enquando mergulhar nas profundezas, atravessar túneis, passar por labirintos e cavernas, que pode ser um caminho doloroso, mas o psicoterapeuta vai estar caminhando ao seu lado, você vai se fortalecer e vai chegar cada vez mais perto da sua Verdade, em um reencontro amoroso consigo.


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