quarta-feira, 9 de março de 2016

Sobre Autoestima

        A autoestima pode ser definida como a opinião, o sentimento e a visão que uma pessoa tem de si mesma. Dependendo de como está sua autoestima, a pessoa pode se valorizar, ter mais autoconfiança e autorespeito ou ao contrário. A forma como cada um se enxerga, se percebe e se trata, influencia nos seus comportamentos, portanto afeta todas as áreas da vida.  
         Muitos confundem narcisismo com autoestima. As características do narcisismo é o egocentrismo, arrogância, dificuldade de se colocar no lugar do outro (falta de empatia), sentimentos de grandiosidade/superioridade. Na verdade, aquela pessoa que na linguagem popular dizemos que “se acha”, está querendo compensar sua sensação de insegurança, no fundo ela se sente inferior, podendo esconder isso dela mesma para não sofrer com a frustração. Muitos falam a respeito dessas pessoas que “elas tem excesso de autoestima.” Porém, isso não pode ser verdadeiro. Seria como dizer, por exemplo, “elas tem excesso de saúde/ de felicidade”. Não faz sentido, não é? Essas pessoas a quem estamos nos referindo não têm autoestima boa/saudável. O que elas têm é uma falsa autoestima, na verdade, é autoengano!
      Essa necessidade de querer ser visto, admirado, invejado, é justamente pela falta do amor próprio, então o indivíduo que parece estar tão seguro por gostar de aparecer, esconde uma fragilidade, vestindo uma máscara de forte e bem resolvido.  Portanto, é preciso entender que quando falamos de uma pessoa com autoestima, ela não se sente melhor que ninguém e reconhece suas limitações, suas fragilidades, sabendo que não é perfeita. Quem tem autoestima saudável consegue sentir compaixão pelo outro sem achar superior, pois ela consegue perceber o sofrimento e também as qualidades das outras pessoas. 
      A autoestima não depende de condições externas, é o amor incondicional por si, independente do que você faz e o que você tem. Então, não adianta buscar autoestima fora de si, é ilusório. Estudar para ter um cargo importante, fazer cirurgia plástica, casar, tudo isso pode trazer a sensação de realização e ajudar na autoestima, mas por tempo limitado e vulnerável ás situações externas. Sabemos que é tudo impermanente, transitório, e depois de conseguir alcançar o objeto de desejo e passar aquela satisfação, já vai vir aquela sensação de falta novamente, por causa do vazio interior (que é falta de se preencher com o próprio amor) então a falsa necessidade de partir em busca de mais continua: é insaciável! Nada errado em desejar e buscar o que se quer, é muito prazeroso mesmo, desde que seja conscientemente, sem depender disso para ser feliz. O problema é depositar a felicidade e acreditar que vai ser mais amado –e então se amar mais- por bens materiais, por títulos e pela beleza física. O verdadeiro amor, tanto dos outros por nós como de nós próprios, não é algo que depende desses fatores. Essas falsas crenças podem trazer muitas frustrações, pois não se está olhando para a raiz do sofrimento, portanto também não se está encontrando a verdadeira solução.
          Quem somos, como nos tratamos e como respondemos ás situações é que mais importa. Não quer dizer que a autoestima precisa ser inabalável, pois não é uma coisa fixa, rígida, é normal oscilar, mas que possamos nos conhecer cada vez mais, nos trabalhando para oscilar cada vez menos.  O que você está buscando fora, a aprovação alheia, é o que você não está se dando. Então, tendo consciência disso, perceba se você está sendo amoroso consigo ou muito crítico. Você pode saber melhor se está sendo seu melhor amigo observando aquela “voz” na sua mente: Tem sido uma voz julgadora, que fica te recriminando? Se xingando? O que dizem seus pensamentos? Você convive o dia inteiro, a vida toda, com você mesmo, então, você é a pessoa mais importante de sua vida, que mais precisa de estima, da sua própria estima!  

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário