quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sobre suicídio

Aproveitando a campanha Setembro Amarelo escrevi um artigo no Jornal Folhasc​ a respeito desse tema que ainda é um tabu, sendo muito importante divulgar mais informações sobre. 



O suicídio é considerado um problema de saúde pública. De acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Ainda assim, o tema é tratado como tabu, evita-se o assunto. A Associação Internacional de Prevenção do Suicídio criou a campanha do Setembro Amarelo, que é um movimento mundial para conscientizar as pessoas sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos, segundo a OMS. Falar e informar a respeito são uma das maneiras de prevenir.
            Por que afinal alguém tira sua própria vida? O suicídio não se limita a uma só razão – ele envolve várias questões.  É comum achar que uma pessoa se matou devido a um fato que aconteceu em sua vida mais recentemente, como uma separação ou perda do emprego, porém geralmente esses fatores são a gota d’água, que desencadeiam um sofrimento insuportável, levando a vontade de terminar com sua própria vida, que muitas vezes na verdade é a vontade de terminar com seu sofrimento. Quando a pessoa sente uma terrível angústia e desesperança parece que a morte é a única solução para sair desse labirinto completamente escuro.
          Algumas das principais causas -que podem estar associadas a algum acontecimento específico- são: depressão, dependência de drogas (incluindo álcool), transtorno bipolar, anorexia, esquizofrenia. Importante ressaltar que isso não significa necessariamente que pessoas com essas características cometem ou pensam em suicídio, nem que quem não tem nenhuma dessas condições está isenta do risco.
      Muitos pensam que quem tem intenção de se suicidar não fala a respeito, só quer chamar atenção. Isso é um mito. É importante se atentar, pois por trás da ameaça existe um pedido de ajuda. Grande maioria das pessoas que se mataram, verbalizaram sua intenção previamente. Outros sinais de alerta: automutilação (como se cortar), afastamento ou isolação social, comportamentos de risco marcados por impulsividade e agressividade, apatia pouco usual, falas como “não aguento mais”; “ nada mais importa”; “minha vida não tem mais sentido”; “tenho vontade de acabar com tudo”.
       E o que fazer quando identificar alguns sinais? A melhor maneira de descobrir se uma pessoa tem pensamentos de suicídio é perguntar para ela. Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicídio não coloca a idéia na cabeça das pessoas. Se a pessoa não quiser falar abertamente, é importante que você tome a iniciativa. Fale -de uma maneira tranquila e sem criticar- que percebeu, por exemplo, algumas mudanças de comportamento e que está preocupado. Alguns exemplos de questões úteis: “Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida? “Imagino que esteja sofrendo muito, deve ser muito difícil, você alguma vez já pensou em deixar tudo?”“ Tem algo que eu possa fazer para te ajudar?”“; É necessário parar para escutar -em um lugar adequado com tempo necessário-, ouvir com toda atenção sem julgar, não comparar, não interromper nem emitir opiniões; Reconhecer seu sofrimento, valorizar o que é dito sem mudar de assunto nem dizer frases tentando incentivar, como “se anima!” ou “sua vida é maravilhosa”- isso demonstra incompreensão e pode deixar a pessoa se sentir mais culpada-; É fundamental que a pessoa saiba e sinta o quanto importante ela é para você e outras pessoas, que sua vida tem valor e que sua morte causaria sofrimento nas pessoas que a rodeiam, que sentiriam sua falta. Por isso nunca é demais ter um gesto de carinho, mostrando que se importa com ela, e que sua dor emocional é compreensível; Busque compreender os motivos que levam a colocar o suicídio como opção e examine com ela razões e maneiras para continuar a viver; Focalize os pontos fortes nela, levando-a refletir e falar sobre como já resolveu problemas anteriores; Procure ajuda profissional; Entre em contato com pessoas da família, amigos e colegas para reforçar seu apoio.     
     A CVV( Centro de Valorização da Vida) é uma ONG que surgiu com objetivo de reduzir os números de suicídio. Voluntários ajudam pessoas por telefone (não é preciso se identificar) ou presencialmente. Em Jaraguá do Sul, o CVV atende em sua sede, localizada em uma sala cedida pela Prefeitura junto ao terminal rodoviário, e também pelo telefone 3275-1144. Para mais informações a respeito entre no site: http://www.cvv.org.br/
   
    

          


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