quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quanto maior nossa insatisfação mais algo do externo queremos obter.





Existe essa obsessão de acumular objetos por muitas vezes supérfluos, obstinação de ficar sempre trocando em pouco tempo, mesmo não precisando. Tanta gente sente a "necessidade" em querer sempre algo mais novo que substitua o que tinha até pouco tempo (e que ainda funciona bem) e obter o que se acha melhor que outras pessoas possuem (ou igual pelo menos! Pra não se sentir "inferior")...
             Naturalmente (ou melhor, tecnologicamente) os produtos vão "evoluindo"...sempre vai estar á venda novidades mais atraentes que aqueles "objetos ultrapassados" e sempre vamos ver pessoas com "produtos melhores". Daí a angústia, inveja e a insatisfação que não cessam. Pode até trazer uma alegria momentânea quando compra, no breve uso (descartável e alguns deles viciantes) mas a felicidade enquanto algo material, externo, ela é passageira, ilusória, não preenche e logo o que comprou vai ser desprezado, desvalorizado (mesmo quando ainda poderia ser útil, mas é trocado, pra sentir a 'felicidade' de ter algo novo).
           Claro que não vejo problema em querer desfrutar desse prazer em obter e usufruir, de curtir o que está na moda (desde que não seja "só porque está na moda") ou o que traz mais rapidez, facilidade de uso (comodidade muitas vezes) . Mas o problema é quando isso torna frequente, exagerado. Quando se sente mal por não conseguir possuir aquilo que está nas vitrines, na internet, nas propagandas e não se sente mais prazer em viver momentos gratuitos, simples e maravilhosos....aí sim, vira algo triste.
           Há uma absurda competitividade (sim...em alguns casos é preciso, com limite claro); Comparações; Ânsia de possuir mais e mais desnecessariamente, geralmente pelo fato de alimentar o ego, de exibir aos outros, de poder se achar alguém melhor por isso... É tanto desperdício (não digo apenas de dinheiro). Prejudica-se o meio ambiente, a saúde, a vida pessoal e até outras pessoas em troca de querer muito e muitas vezes os "últimos lançamentos". 

 Se não dá pra ter aquilo que colocou na cabeça que precisa ter vem aquela frustração! Querendo encher mais a casa, mais o bolso, alguns se esquecem de enriquecer a mente, a alma (espírito, coração, Ser....como preferir) e sofrem (mesmo que só depois de muitos anos perceba o quanto perdeu tempo) por um vazio interior. Enriquecendo por um lado, empobrecendo por outro.
              Tanto roubo que existe na política por exemplo, não deixa de representar muitas pessoas (hipócritas) que só não fazem o mesmo por não terem oportunidade, por não estarem no meio. Representa essa ganância, falta de honestidade, falta de valores, obsessão por acumular bens.. Daí as pessoas se sentem injustiçadas (sim, com razão) por serem roubadas, por darem dinheiro pro governo inutilmente. Então (para mim injustificável) quando tem sua chance dão algum jeitinho de "passar a perna" como se tivessem no direito de conseguir dinheiro sujo, agir desonestamente mesmo com colegas, pessoas super próximas, afinal "todos agem assim errado"...
               O errado já virou tão comum, banal, que até parece certo, sem remorsos! No cenário político fica mais evidente, claro. Porém muitas falhas, omissões, 'falta de caráter', falta de consciência crítica e atitude estão muito presente em tantos indivíduos. Seja em pequenas ou grandes proporções, perceptíveis ou discretas...O pouco bom senso em cada pessoa, ao juntar tantas, isso toma uma dimensão o suficiente para afetar muita gente.

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