terça-feira, 21 de outubro de 2014

"(A)Norma...lidade", Naturalidade e julgamentos.


O que poderia passar despercebido, torna-se uma (falsa) necessidade; O que poderia mesmo ser considerado feio torna-se "bonito" e almejado quando é propagado em propagandas. Com cópias de cópias de cópias... Uns de outros... Cabe cada um se dar conta e não ser induzido, não perder a autenticidade, a escolha pelo próprio gosto e sem sofrer por não conseguir tudo o que é desejado, afinal, o desejo nunca será saciado.


Quando tudo aquilo que é maravilhoso e especial (como amor, solidariedade, gentileza, etc) está na boca da maioria, em capas de revistas, em qualquer livraria, em novelas e filmes hollywoodianos, acaba para muitos cansando de ouvir/ver/ler/saber a respeito, pois o que era belo e verdadeiro perdeu a graça. O que pode ser raro acontecer e sentir, banalizou, virou "clichê", perdendo o verdadeiro sentido, confundindo e assim são vistos de formas extremas: com ingenuidade, ilusões, fantasias ou com incredulidade, deboche/sarcasmo/ironia, frieza.

Quando o que é terrível (como violência , roubos, acidentes nas estradas) está há tantos anos em todos jornais, rádios e conversas cotidianas além do que presenciamos, então acostuma-se, já é fato corriqueiro. Por estar tão banalizado, alguns não vêem perspectiva de melhora, portanto não se mobilizam, no máximo reclamam. "Melhor" mesmo acomodar-se com o ruim, que para muitos já virou neutro, gerando apatia, ceticismo, inércia.

Quando o que se repete muito, quando as pessoas "viram estatísticas", o padrão é onde está a maioria, por meios de comparação então são comumente consideradas as que estão dentro do padrão de "NORMAlidade". Já os que tão "fora" desse padrão, sendo a minoria, apresentando determinadas características ou comportamentos mais raros que o comum, por consequência são os dito "anormais” / “loucos" ou "doentes", já que não "encaixa" com a maior parte da sociedade. Então, mais uma vez a separação, as polaridades, como se só pudesse haver dualidades, certo ou errado. 

Aí que muitos perdem a naturalidade, como se quanto mais diferenças da "maioria", mais estranho/doido/doente fosse. Por isso que dizem que "de perto ninguém é normal", se consideramos que quase ninguém é realmente espontâneo e verdadeiro na maior parte das vezes/com a maior parte das pessoas, por não querer ser julgado, excluído, torna-se então o mais parecido possível pra ser "aceito".

De qualquer modo, pra alguns, tendo uma visão diferente disso tudo, ser chamado de "louco" (diferente da maioria) é um elogio! No fim, com tanta superficialidade, generalização, máscaras, (pré) conceitos e paradigmas é difícil tomar algo como "verdade", torna-se mais complicado ainda conhecer verdadeiramente os outros e a si mesmo.

Sendo assim, sendo assado, não importa, não TENTE ser nada, simplesmente seja. Sem forçar e querer a todos agradar. Alguns vão gostar, outros não. De uma forma ou de outra, "bom" ou "ruim" é certamente limitante. Inevitavelmente escapamos de rótulos e julgamentos.

Algumas pessoas podem até mesmo estar ''julgando'', criticando, o que estou escrevendo (e tudo bem, o pior é aqueles que julgam a PESSOA em si). Se formos nos preocupar com o que pensam sobre nós, podemos deixar de fazer o que gostamos, de sermos verdadeiros. E é só assim, correndo o "risco" de desagradar alguns é que se torna possível mostrar qualidades (antes ocultas) para ponto de vista de outros, inclusive para si. Ou como você quer se conhecer, desenvolver seus potenciais?

Se for pra ser "julgado" que seja pelo jeito autêntico que somos/agimos, não por nossas máscaras. Quando acontecer de sermos interpretados erroneamente -pois muitas vezes há distorções e projeções- aí também o problema está nos "nos olhos de quem vê", uma imagem falsa que o outro enxergou, talvez por não ter enxergado em si mesmo. E vamos ficar mais atentos com nossos próprio julgamentos, olhar mais para o nosso "olhar" do que para o outro.



 

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