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Tentar resolver problemas com
máquinas para muitos geralmente é mais fácil do que resolver conflitos em
relacionamentos; Aprender a lidar
com negócios e tecnologia pode até ser mais simples do que despertar para o
mundo interior e praticar ser uma pessoa melhor em vários aspectos; Criticar os diversos problemas
mundiais é mais fácil do que refletir acerca de si. É mais cômodo preocupar com o “que os outros vão achar de
mim”, com aparências, com picuinhas, entre tantas outras coisas, do que tomar
consciência que nos pré-ocupamos demasiadamente e desnecessariamente com
bobagens que vão acabar, que é efêmero. É mais fácil ficar se estressando e
reclamando ao invés de refletir e agir. Mais fácil sofrer com a falta das
superficialidades que se deseja do que lembrar que essa sua identidade não é eterna,
e que não vai levar nada desses materiais que tanto se esforça pra adquirir,
além do que isso está longe de ser uma fonte de felicidade. Portanto parece ser
mais fácil buscar a felicidade fora, através de objetos e de outras pessoas,
como se tivessem obrigação de fazer o outro feliz.
É fácil falar dos defeitos e erros dos outros, estranhar suas atitudes e
palavras, difícil é olhar para si, ter humildade e coragem de admitir os
próprios erros, fraquezas. "Quando
Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”, disse
Freud. Uma das formas de interpretarmos
essa frase é que quando falamos sobre algo ou alguém, é a partir do nosso
olhar, de como consideramos, avaliamos e julgamos. Se estou dizendo o que acho
sobre uma pessoa, um lugar, uma música, uma comida, etc. isso está mostrando minhas
referências, percepções, opiniões, gostos e crenças, não como o são de fato, se
não todas as pessoas diriam o mesmo. Como falou Leonardo Boff: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é
necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão do mundo."
É
mais fácil ficar se xingando, bancando
a vítima, o "coitado". Complicado é ir a fundo dos próprios dramas,
enxergar profundamente a raiz do problema, fazer um esforço pra se modificar,
deixar a acomodação e conformação de lado. É mais
fácil falar apenas "eu sou assim e pronto" do que reconhecer que
muitas vezes o que tem por trás desse orgulho é falta de autoconfiança por não
acreditar que é possível mudar ou egocentrismo por achar que os outros que
precisam tolerar certos comportamentos ou ainda, preguiça, falta de vontade,
talvez algum receio de defrontar com certas verdades.
É mais fácil para quem está habituado a esses comportamentos, sem questionar
e buscar alternativas. Pois é possível tomar outras atitudes, aprender lidar de
outras maneiras, com consequências então muito mais benéficas para si e para os
outros. Infelizmente há muito autoengano e pouco
autoconhecimento! Só reconhecendo nosso “lado escuro” que podemos dar início a
uma positiva transformação, conseguir nos tornar o melhor que podemos ser a
cada momento, se é isso que desejamos. O caminho que parece mais difícil no
início se torna o mais leve. Quando saímos da zona de (des)conforto, e passamos
a tomar consciência de nossas escolhas, sem ir simplesmente fazendo (e falando)
qualquer coisa porque “sempre fizemos assim” e porque “todo mundo faz” passamos
a perceber como a qualidade de vida melhora.
Claro que
não é de uma hora pra outra que se consegue mudar, mas tendo esse
(re)conhecimento e vontade já é um passo fundamental. É um processo de despertar
mais clareza e fazer escolhas mais conscientes aos poucos. A psicoterapia ajuda
muito nesse autodescobrimento e desenvolvimento pessoal/emocional/relacional.
Você pode
mandar e-mail para belisaraujo1@gmail.com se você quiser comentar
algo sobre o artigo, tiver alguma dúvida ou quiser dar sugestão de tema para o
próximo, será muito bem-vindo!
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