quinta-feira, 5 de março de 2015

A verdadeira autoestima! (Artigo no jornal)





 A verdadeira autoestima.   

        A autoestima pode ser definida como a opinião, o sentimento e a visão que uma pessoa tem de si mesma. Então, a autoestima é muito subjetiva, ou seja, é do intimo da pessoa em relação a si. Dependendo de como está sua autoestima, a pessoa pode se valorizar, ter mais autoconfiança e autorespeito ou ao contrário. 
      Muitos confundem narcisismo com autoestima. As características do narcisismo é o egocentrismo, arrogância, dificuldade de se colocar no lugar do outro (falta de empatia), obsessão por fantasias de poder, genialidade, beleza, riqueza e sentimentos de grandiosidade/superioridade. Na verdade, aquela pessoa que na linguagem popular dizemos que “se acha”, está querendo compensar sua sensação de insegurança, no fundo ela se sente inferior, podendo esconder isso dela mesma para não sofrer com a frustração. Aí muitos falam a respeito dessas pessoas que “elas tem excesso de autoestima.” Seria como dizer, por exemplo que “elas têm excesso de saúde/ de felicidade”. Não faz sentido, não é? Mas essas pessoas a quem estamos nos referindo não têm autoestima boa/saudável. O que elas têm é uma falsa autoestima, na verdade, é autoengano!
      Essa necessidade de querer ser visto, admirado, invejado, é justamente pela falta do amor próprio, então o indivíduo que parece estar tão seguro por gostar de aparecer, esconde uma fragilidade, vestindo uma máscara de forte e bem resolvido. Portanto, é preciso entender que quando falamos de uma pessoa com boa autoestima ou autoestima alta, ela não se sente melhor que ninguém e reconhece suas limitações, suas fragilidades, sabendo que não é perfeita. Quem tem autoestima saudável consegue sentir compaixão pelo outro sem se achar superior, pois ela consegue perceber o sofrimento e também as qualidades das outras pessoas. 
      A autoestima não depende de condições externas, é o amor incondicional por si, independente do que você faz e o que você tem. Então, não adianta buscar autoestima fora de si, é ilusório. Estudar para ter um cargo importante, fazer cirurgia plástica, casar, tudo isso se você não fizer por você, se não tiver uma valorização sua, vai te alegrar apenas por um tempo. Sabemos que é tudo muito impermanente, transitório, e depois de conseguir alcançar o objeto de desejo e passar aquela satisfação, já vai vir aquela sensação de falta novamente, por causa do vazio interior (que é falta de se preencher como o próprio amor), então vem a falsa necessidade de partir sempre em busca de mais alguma coisa: é insaciável! Nada errado em desejar e buscar o que se quer desde que seja conscientemente, sem depender disso para ser feliz, é muito prazeroso. O problema é depositar a felicidade (que é diferente de alegria e prazer) e achar que vai ser mais valorizado por bens materiais, por títulos e pela beleza física.
    Quem somos, como nos tratamos e como respondemos ás situações é que mais importa. Não quer dizer que a autoestima precisa ser inabalável, pois não é uma coisa fixa, rígida, é normal oscilar, mas que possamos nos conhecer cada vez mais, nos trabalhando para oscilar cada vez menos. O que você está buscando fora, a aprovação alheia, é o que você não está se dando. Então, tendo consciência disso, perceba se você está sendo amoroso consigo ou muito crítico. Você pode saber melhor se está sendo seu melhor amigo observando aquela “voz” na sua mente: Tem sido uma voz julgadora, que fica te recriminando? Se xingando? O que dizem seus pensamentos? Você convive o dia inteiro, a vida toda, com você mesmo, então, você é a pessoa mais importante de sua vida, que mais precisa de estima, da sua própria estima!  
     A autoestima influencia em todas as áreas na nossa vida, muito mais que imaginamos. Esse assunto é muito vasto, e infelizmente não dá para escrever tudo que gostaria: como ela realmente interfere no nosso dia a dia e em todos os setores, quais características da baixa autoestima e o porquê, sobre a construção da autoestima na infância, como os pais e professores podem afetar positiva ou negativamente, a possibilidade de reinterpretar, recuperar, como ajudamos desenvolver a boa autoestima, etc. Por isso dou palestra de até 1 hora ou mais a respeito, com exercícios, pois considero muito importante, além do trabalho em psicoterapia que com certeza ajuda muito. Se você quiser saber algo mais, tiver alguma dúvida, mande um e-mail para belisaraujo1@gmail.com, ficarei feliz em responder!

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